Este blog está relacionado aos diversos projetos centrados na diversidade e pluralidade étnico-racial que desenvolvemos, sempre de forma coletiva e colaborativa, nas instituições educacionais e educativas onde atuamos como EDUCADOR, seja como professor, coordenador de núcleo educacional, assistente de diretor de escola ou diretor de escola.

Pois, consideramos de extrema importância, desde o início e durante todo o processo educacional, a proposição acerca da questão da IDENTIDADE, pois penso que o país e a sociedade, como um todo, só tem a ganhar com pessoas conscientes e bem resolvidas nesse contexto.

Acredito que esta FERRAMENTA, com os seus conteúdos e informações (textos, imagens, atividades entre outros), nos possibilitará acessar informações relativas ao que há de africano no Brasil, assim como referente ao continente africano, tão vasto e múltiplo, que pouco conhecemos aqui no Brasil.

Nos possibilitará também, valorizarmos a diversidade étnico-cultural, étnico-racial, a partir do debate, reflexão e estímulo a valores e comportamentos éticos como o amor, a amizade, o respeito, a solidariedade e a justiça, de forma que a todo o momento possamos nos posicionar contra qualquer forma de intolerância, e especificamente nos colocando contra todo o tipo de discriminação racial e a favor de práticas antirracistas.

09 novembro 2011

KIRIKU E A FEITICEIRA

EU ACHEI ESTE RELATO ACERCA DO FILME "KIRIKU E A FEITICEIRA", QUE INCLUSIVE EU RECOMENDO, ESCRITO POR UM COLEGA DA NET, O LÉO CARRER, DE GOIÁS. MUITO INTERESSANTE A REFLEXÃO E O TEXTO, LEIAM:

Já perceberam que no cinema moderno ocidental há uma quase total ausência de heróis negros? Podemos nunca ter parado para pensar nisto, mas o padrão de herói para a sociedade ocidental varia em vários aspectos, temos heróis jovens, velhos, magros, musculosos, loiros de olhos azuis e morenos de olhos castanhos, mas num ponto estes padrões não variam: são sempre brancos. Basta assistirmos aos principais filmes de super-heróis de hollywood ou pegar as principais HQ's do mercado para percebermos isto.

A raça negra é totalmente excluída e ignorada neste processo. Quando muito fazem uma ponta nos filmes. Mas na contramão da corrente, um francês resolve fazer um desenho animado sobre um pequenino garoto africano, negro, que vive em uma aldeia africana, e é muito corajoso e inteligente. Estamos falando de Kirikú, personagem principal do filme Kirikú e a Feiticeira, desenho animado produzido por Michel Ocelot, baseado em um conjunto de lendas africanas.

O filme conta a história do menino Kirikú, um garoto que nasce em uma aldeia que vive ameaçada por uma maldosa feiticeira, Karabá. Ela devora os homens da aldeia, seca a fonte de água que abastece a aldeia e ainda obriga as mulheres a entregarem todas as suas jóias, e ninguém tem coragem de enfrentar a poderosa feiticeira. Mas Kirikú é um garoto minúsculo e muito inteligente, que não para de perguntar a todos na aldeia porque a feiticeira é tão malvada. Sem obter respostas, Kirikú parte em busca de seu avô, um sábio que vive além das montanhas, para saber porque a feiticeira Karabá é tão malvada, e quem sabe assim descobrir um modo de derrotá-la e livrar sua aldeia.

Com uma linguagem simples, este desenho mostra um pouco da vida tradicional africana, e trabalha com a idéia de como nascem os mitos, quando preferimos acreditar nas coisas que ouvimos, ao invés de buscarmos a verdade. Aqui entra o personagem de Kirikú, que não se contenta com o que lhe dizem, mas vai atrás para conhecer os fatos e assim saber como realmente as coisas são. Este filme é um tratado sobre a verdade e o conhecimento, excelente para mostrar um pouco das lendas africanas, tão desconhecidas do ocidente, e inserir o negro como personagem no cinema, já que ele sempre foi tão excluído.

Escrito por Léo Carrer (http://antitelejornal2.blogspot.com/2010/01/kiriku-lenda-de-um-heroi-negro.html)

03 abril 2011

JUSTIÇA RACIAL E SISTEMA DE AÇÃO AFIRMATIVA

"Negra fedorenta", "catinga de negro". Estes são insultos que muitos de nós brasileiros já ouvimos. Faz parte dos muitos xingamentos que tentaram calar e excluir homens e mulheres negras do exercício da cidadania igualitária e da democracia. Não estou falando apenas da democracia racial, porque essa é apenas uma das maneiras falaciosas de esconder a vergonha de um país que ainda não conseguiu construir a democracia da qual todos possam participar.
O xingamento ofensivo está retratado também em pesquisas sobre o perfil do consumidor afro-brasileiro. Uma pesquisa da Grottera Publicidade feita há alguns anos, analisando o mercado consumidor afro-brasileiro, indicou que a principal demanda de consumo desse segmento populacional era de produtos de higiene pessoal. E, dentre estes, reivindicava em primeiro lugar sabonetes especiais para sua "raça". Será que o uso de um "sabonete especial" poderá afastar a ofensiva histórica a qual os negros e negras brasileiras foram submetidos?
Certamente que não, é o que respondem muitos líderes e empreendedores sociais que vêm trabalhando o racismo há várias décadas em múltiplas dimensões da sociedade brasileira. Jurema Werneck é uma dessas empreendedoras sociais, que iniciou sua organização Criola, com o apoio da Ashoka, para trabalhar com jovens e mulheres negras. Jurema é uma das empreendedoras sociais que coloca, de maneira transparente, a realidade da população negra na sociedade brasileira e no mercado de trabalho. Ela mesma afirma "aquilo que não se via ou não se dizia, ou se fingia não ver/dizer, está dito: Racismo. E é hora de passar adiante".
Aquilo que não se quer ver, pode ganhar fácil visibilidade através de alguns números. Os negros brasileiros representam 69% do segmento de indigentes e 64% do de pobres, enquanto que os brancos estão super-representados no segmento dos ricos, onde dos 10% mais ricos, 85% são brancos. O "Brasil branco" é cerca de 2,5 vezes mais rico que o "Brasil negro". Os negros ganham 30% a menos do que os brancos com nível educacional similar. E apenas 2% dos estudantes de universidades públicas brasileiras são negros.
O "passar adiante" de Jurema está sendo traduzido em uma política de cotas para negros nas universidades, nas escolas e no mercado de trabalho. Será que ainda teremos de passar pela vergonha de ter de estabelecer também um sistema de cotas para negros no atendimento em hospitais públicos? O sistema de cotas já está sendo praticado, mas ainda há divergências. Muitos líderes e empreendedores sociais o vê como um corretivo indispensável à discriminação. Outros defendem políticas públicas abrangentes de educação que instrumentalize a população negra, dando-lhe condições de competir em igualdade para o acesso às universidades e ao mercado de trabalho. Polêmicas à parte, o fato é que três ministérios federais introduziram cotas de 20% para negros para cargos seniores.
Várias experiências no setor privado também adaptam o sistema de cotas. Sueli Carneiro, empreendedora social e fundadora do Geledés, organização que foca na questão da justiça racial, vêm travando diálogos permanentes com empresas sobre a dimensão racial nas responsabilidades sociais.
O racismo informal no Brasil não criou um movimento popular de defesa de direitos civis, como o que ocorreu nos Estados Unidos na década de 60. Mas há no nosso país uma vigorosa ação de combate à injustiça racial, que é liderada por talentosos líderes e empreendedores sociais que estão implementando práticas de responsabilidade racial há várias décadas. São vozes que nunca foram ouvidas, mas que agora começam a acenar para a possibilidade de exterminar a cegueira do país com a questão racial. O chamado à responsabilidade inclui todos nós, indivíduos, empresas e organizações. Não podemos mais permitir que nossos ouvidos corram o risco de se expor a xingamentos ofensivos.

*Anamaria Schindler é mestre em sociologia e vice-presidente internacional de parcerias estratégicas da Ashoka Empreendedores Sociais.

IMPÉRIO AXUM E O CRISTIANISMO ETÍOPE

O reino de Axum (Etiópia) foi o terceiro das civilizações clássicas do Vale do Nilo. A sua extensão territorial era de 6.400.000 quilômetros quadrados, uma extensão do deserto do Saara, com uma pradaria rica e apropriada para a criação de bovinos e o restante montanhoso indo do rio Nilo Superior ao Mar Vermelho. Possuía também territórios na Arábia, no Vale da Fenda do Quênia e da Tanzânia até o Mar Vermelho. Sua cultura era uma mistura de influências locais e Sabaenas da Arábia Meridional. Os axumitas possuíam uma posição estratégica entre o Yemen do Sul e a Núbia.
A Etiópia tem uma das tradições mais antigas da história mundial. As informações sobre o Reino de Axum antigo são raras; os escritores gregos e romanos foram os primeiros a escrever sobre essa importante civilização bem perto da era cristã e citam a cidade de Adulis, porque foi uma das mais importantes cidades portuárias da África.
A história de Axum é relatada também na Bíblia em 1000 a.C. com a Rainha de Sabá, conhecida por Makeda ou Balkis , da cidade de Marib na Arábia Meridional, que visitou o rei Salomão em Jerusalém. Presenteando-o com riquezas retomou com valiosos presentes, e grávida de Salomão. Gerou um filho o qual chamou de Menelik, que mais tarde fundou a dinastia etíope dos Leões de Judá. Essa dinastia terminou bem recentemente em 1970 quando o último imperador, Haile Selassie, foi derrubado por um golpe militar.
Entre os anos século III e IV d.C. Axum adquiriu territórios na Península Arábica, através do Mar Vermelho, conquistou a Etiópia do Norte e então finalmente dominou a cidade Meroé e todo o Império de Cush; uma das regiões mais férteis no mundo. A queda dos poderes da Núbia conduziu à ascensão meteórica do poder imperial dos axumitas.
A civilização Axumita construiu palácios, templos e tumbas bem arquitetadas e de rara beleza. Altas torres de pedras chamadas steale como monumentos. Um deles tem treze andares feitos de uma rocha de 100 pés de altura e pesando quatrocentas toneladas.
Atos 8:27- Filipe se aprontou e foi. No caminho ele viu um eunuco da Etiópia, que estava voltando para o seu país. Esse homem era alto funcionário, tesoureiro e administrador das finanças da Candace, rainha da Etiópia. Ele tinha ido a Jerusalém para adorar a Deus. Na volta, sentado na sua carruagem, ele estava lendo o livro do profeta Isaías. (Leia todo o texto em Atos 8:27-39)
A igreja etíope começou com a conversão do eunuco, um oficial da corte, ministro das finanças da rainha. “Candace” não era o nome dela, mas um título, como “Faraó”, no Egito; “César”, em Roma, etc. Ele era um homem temente a Deus e tinha vindo de longe para a adoração em Jerusalém.
O cristianismo se estabeleceu como religião oficial de Axum no quarto século, com a conversão do rei Ezana. Salmo 68: 32- “E a Etiópia estendia as mãos para Deus.” O rei Ezana permitiu também as religiões tradicionais. Ele mandou fazer inscrições de ações de graças a Deus por suas vitórias as quais estão gravadas em monumentos públicos nas línguas Ge'ez, sabeana e em grego além de emitir moedas douradas inscritas em cruzes.
A Arca da Aliança levada de Israel por Menelik estava no Monastério de Tana Kirkos, o lago mais largo da Etiópia e fonte do Nilo Azul. O Rei Ezana mandou buscá-la e a colocou em uma capela sagrada em Axum, onde só uma pessoa pode vê-la, o homem sagrado, o guardião das tradições religiosas. As procissões ainda hoje em Axum passam ao redor da capela central e da igreja central em honra a arca da aliança.
O Imperador Lalibela viveu em 1185- 1225 d.C foi um dos mais proeminentes governantes de Axum. Conta à tradição que sua mãe o chamou de Lalibela porque no dia de seu nascimento ele foi cercado por diversas abelhas. Este mudou a capital para Rhoa e a rebatizou de Lalibela. Foi o primeiro a construir igrejas nas rochas, em locais que nomeou com passagens bíblicas: sepulturas com o nome de Adão e Jesus Cristo, córregos com o nome de Jordão e etc.
Lalibela desejou criar uma nova Jerusalém na sua cidade devido à conquista da cidade sagrada pelos muçulmanos no ano de 1187, por causa disto o povo etíope estava impedido de realizar peregrinações.
O primeiro caucasiano europeu a visitar as Igrejas foi o Português Pero de Covilhã. Outro Português, o padre Francisco Alves ainda desacreditado por suas descrições das incríveis Igrejas em Axum: “Estou cansado de escrever sobre essas magníficas edificações, pois parece que não acreditam em mim caso escreva mais... Eu juro por Deus, em cujo poder estou submetido, tudo que tenho relatado é verdade.”
Lalibela construiu doze igrejas esculpidas em rochas. E uma das características notáveis destas igrejas é um túnel, de quarenta pés de profundidade em forma de cruz, que liga as doze igrejas. As Igrejas foram consideradas Patrimônio Histórico-Cultural da Humanidade, pela UNESCO em 1978. Elas são divididas em quatro grupos:
As Igrejas do Norte: Casa do Salvador do Mundo, Casa de Maria, Casa Gólgota, Capela Selassie e do Túmulo de Adão.As Igrejas Ocidentais: A Casa de São Jorge; a mais preservada e bela das treze igrejas.As Igrejas Orientais: Casa de Emanuel, Casa de Gabriel, Casa Abba Libanos. E os monastérios de Ashetan Maryam e Yimrehane Kristos.
A Casa do Salvador do Mundo é a maior delas, e também é a maior igreja do mundo construída em pedras. Ainda há monges negros seguidores da igreja etíope que moram nessas cavernas. A liturgia das doze igrejas continua a ser no Ge'ez antigo.
O incenso queimado em rituais religiosos de hoje foram herdados do antigo cristianismo etíope. O Cristianismo da Etiópia é um dos mais antigos do mundo, tem cerca de 1600 anos. A teologia da Igreja Ortodoxa Etíope mantém ritos do Antigo Testamento, como a guarda do sábado, a circuncisão no oitavo dia após o nascimento, a abstenção da carne de porco.Através de monges da Igreja da Síria, adotaram o monofisismo, doutrina que acredita que Cristo existia em apenas uma natureza, a divina. E que Jesus, portanto, não era uma pessoa humana e não tinha uma alma como os outros. Os monofisistas acreditam que após a encarnação, a natureza divina tinha absorvido a natureza humana em Jesus. Esse pensamento foi considerado herético pelas Igrejas européias.
O Cristianismo africano é de suma importância e infelizmente não é conhecido. O povo preto foi predestinado antes da fundação do mundo para ser criado à imagem e semelhança de Deus e ser sua testemunha através dos séculos. A igreja etíope é uma das provas inconteste da história que os caucasianos se apropriaram e mudaram a história da igreja original: as igrejas africanas.

Fonte: http://cnncba.blogspot.com/2008/06/axum-as-igrejas-africanas-construidas.html

A MAJESTOSA CIVILIZAÇÃO DE KUSH

Por Walter Passos. walterpassos21@yahoo.com.br

As escavações e estudos dessa civilização se concentram no atual Sudão, maior país da África.
Os cushitas, em épocas mais recentes, ocupavam o sul do Nilo com seu impressionante exército de arqueiros.
Cush foi o local do Jardim do Éden. Gen. 2: 11-14 - "Um rio saía do Éden para regar o jardim, e de lá se dividia em quatro braços. O primeiro chama-se Fison: é aquele que rodeia toda terra de Hévila, onde existe ouro; e o ouro dessa terra é puro, e nela se encontram também o bdélio e a pedra de ônix. O segundo rio chama-se Geon: ele rodeia toda a terra de Cush. O terceiro rio chama-se Tigre e corre pelo oriente da Assíria. O quarto rio é o Eufrates."
Nos escritos do Antigo Testamento, Cush é conhecido também por Núbia e muitas vezes citado como Etiópia.
Da civilização cushita, originaram-se os egípcios, após as migrações endereçadas ao norte do continente africano.
Os historiadores gregos Homero e Heródoto deixaram registrados que os cushitas povoaram o Egito, a Arábia, a Palestina, a Ásia Ocidental e a Índia. Foram considerados, por Heródoto, como os mais altos, os mais bonitos; de maior longevidade entre as raças humanas e os mais justos dos homens. São citados nos anais de todas as civilizações. A arte de embalsamento, pelo qual são famosos os faraós egípcios, teve sua origem na civilização Cushita.
O Império de Cush construiu três vezes mais pirâmides que os egípcios e possuíram a cerâmica mais bela do mundo, assim considerada por todos os povos, inclusive os gregos.
A economia cushita era baseada em pedras preciosas, madeira de ébano, mar¬fim, e também diversos produtos que contribuíram decisivamente para a manutenção e crescimento da civilização egípcia.
A 25ª dinastia do Egito é conhecida como dinastia etíope, em 712 a.C., por¬que o Egito foi conquistado pelo Império Cushita que governaram o Egito e a Núbia.
A primeira capital do Império Cushita foi à cidade de Kerma, anterior a 5.000 a.C, considerada a cidade mais antiga da África, cujo tamanho compreendia 62 acres e possuindo mais de 200 casas, e edifícios maciços do tijolo que foram devotados ao comércio e às artes, com um templo e um palácio.
A segunda capital foi Napata, um centro sagrado e devotado aos deuses. O templo fundado em Jebal Barkal, uma montanha sagrada, transformou-se na fonte de reivindicações de Núbia ao trono egípcio. Os reis de Núbia invadiram o Egito e estabeleceram a 25ª dinastia. Eram os mestres do mundo. O império de Núbia abrangeu a Síria no norte à Núbia no sul. Os reis de Núbia ajudaram o estado de Israel em seu esforço de guerra contra os Assírios. A terceira capital foi Meroé, a sua linhagem real durou mil anos. A cultura de Núbia em Meroé combinou tradições egípcias.
As mulheres tiveram papel proeminente na sociedade cushita, ocupando posições de poder e prestígio. Ao contrário das rainhas do Egito que possuíam o poder derivado dos seus maridos, as rainhas de Cush eram governantes independentes. Cush era uma sociedade matriarcal no período de Meroé. Os historiadores acreditam que em Meroé, uma das capitais do império cushita, nunca um homem reinou. O título de Candances para as rainhas foi originado do vocábulo ‘kentace’, e existiu por mais de quinhentos anos. Quatro dessas rainhas: Shanakdakete, Amanirenas, Amamishakete, Amamitere foram guerreiras temidas e comandaram seus bravos exércitos.

A Rainha Amamishakete e seu companheiro
A rainha Amanirenas reinou na cidade Meroé e quando o imperador romano Augustus tentou impor um imposto aos cushitas, Amanirenas e seu filho Akini¬dad, realizaram um ataque violento a um forte romano na cidade Asuan. Augustus mandou as tropas romanas; comandadas pelo general Peroneus, retaliaram, mas, encontraram uma forte resistência de Amanirenas comandando as tropas que derrotou os romanos e os obrigaram a negociar a paz.
Os cushitas detiveram o avanço dos romanos na África, e colocaram um busto de César Augustus enterrado debaixo de uma entrada em um templo. Nesta maneira, todos que entraram pisariam em sua cabeça.
A rainha Amanirenas era alta, muito forte e cega de um olho; venceu as tropas romanas no ano 23 a.C., obrigando Roma a trocar embaixadores e fecha¬ram um acordo, onde Roma devolveu um território cushita, anteriormente pago em imposto. Outras rainhas também enfrentaram as tropas romanas.
O exército africano de Cush derrotou inimigos egípcios, gregos e romanos.
A civilização de Cush, com seu alfabeto, comércio e triunfos arquitetônicos é considerada por alguns estudiosos, como superior às civilizações mais desenvolvidas do mundo antigo.
Fonte: http://cnncba.blogspot.com/2008/08/majestosa-civilizao-de-cush.html

30 março 2011

AS MULHERES NEGRAS E A IMPUNIDADE DE UM CANALHA

Certa vez, em conversa com uma amiga, ela me relatava em cores vivas exemplos de preconceitos que atingem a mulher negra.

De classe média alta, executiva, casada com um professor universitário branco, quando se dirige ao setor reservado aos clientes exclusivos de um banco privado é comum aparecer um funcionário com a advertência de que aquele espaço é para clientes especiais. Em uma dessas ocasiões, ao mostrar o cartão que provava sua condição de cliente especial, ouviu que “não pode ser cartão de terceiros”.

Por ocasião de sua lua de mel na Bahia, ao voltar da praia para o quarto em que estava hospedada (o marido não quis descer naquela manhã) foi parada por um segurança que a acusou de ser “garota de programa”. Ao contrário de outras mulheres negras que sofrem esse tipo de agressão e reagem à altura, minha amiga tem uma reação de pânico. Começa a tremer e sente uma imensa fragilidade.

Esses dois exemplos são até suaves para as pequenas e grandes humilhações cotidianas que sofrem as mulheres negras, atingindo sua auto-estima, e muitas vezes provocando depressão, angústia, síndrome do pânico, etc.

Para essas mulheres, o todo poderoso diretor de Jornalismo da Rede Globo, Ali Kamel, que afirma não existir racismo no Brasil, chega a ser motivo de chacota, tão distante da realidade são suas observações que acabam, queira ou não Ali Kamel, servindo para perpetuar o racismo, pois se ele não existe entre nós, então não existe motivo para combatê-lo, já que não se combate o que não existe.

Mesmo sem existir racismo no Brasil, pelo menos de acordo com Ali Kamel, assistimos declarações como as do Senador do DEM, Demóstenes Torres, que por ocasião da discussão sobre cotas no senado, afirmou que nas senzalas não havia estupro, havia, isso sim, “sexo consensual” entre senhores e escravas. Ou seja, para o senador “democrata” a escrava era perfeitamente livre para se negar a deitar com o seu “dono”!

Ontem, no entanto, o escondido, hipócrita e sujo racismo brasileiro veio à tona de forma nua e crua. O deputado federal Jair Bolsonaro (PP) vem a público afirmar que seus filhos jamais namorariam uma negra, pois “foram bem educados”. Ou seja, na doentia visão de Jair Bolsonaro, as negras são seres inferiores e degeneradas que só mereceriam a atenção de pessoas que não tivessem acesso a uma educação que os prevenisse contra essa convivência perniciosa.

Assim que, estarrecido, li e assisti as declarações de Jair Bolsonaro, pensei em como estavam se sentindo as milhões de mulheres negras, as milhões de mães de família, atingidas em sua dignidade. Pensei na própria nação brasileira, também ferida em sua honra, pois milhões de brasileiras que constroem e sustentam a nação foram cruelmente ofendidas. Busquei em minha memória uma palavra que descrevesse uma pessoa que, em pleno século 21, pensa desta maneira. Teria que, necessariamente, ser uma pessoa infame, vil, abjeta, velhaca e desprezível. Pois bem, meus amigos e amigas, existe uma palavra que, de acordo com o dicionário, contém todos esses significados: canalha. Não posso me furtar, portanto, a dizer a verdade: Jair Bolsonaro é um canalha, pois um racista pode até não assaltar o próximo, no sentido de ser ladrão, mas sem dúvida merece cada um dos epítetos que o dicionário atribui à palavra canalha.

Agora nos resta agregar outro adjetivo ao deputado federal Jair Bolsonaro, que é o de criminoso. O racismo é crime previsto em lei e não existe imunidade parlamentar que permita a qualquer um ofender a honra de toda uma nação.

São necessárias ações em todos os campos, tanto no Congresso quanto na justiça. A impunidade, neste caso, será tão grave e gritante, quanto a própria vil agressão.

*Wevergton Brito Lima é jornalista e Secretário de Comunicação do PCdoB-RJ

Fonte: Site Vermelho (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=150642&id_secao=1)

08 março 2011

O CASO DO EX-DITADOR EGÍPCIO HOSNI MUBARACK (por Thomas Stélandre)

Para compreender a atual revolução egípcia é preciso voltar quase 30 anos no tempo, mais especificamente a 6 de outubro de 1981. Naquele dia, Anuar Sadat, então presidente do país, foi assassinado por um comando da jihad islâmica durante uma parada militar no Cairo. Os extremistas se opunham às negociações entre Egito e Israel, iniciadas por Sadat. Uma fatwa(determinação legal que alguma figura religiosa emite com base na lei islâmica), então, foi lançada pelo imã Omar Abdel-Rahman, aprovando o assassinato do governante egípcio. Detalhe: muitos anos depois, os Estados Unidos acusariam Abdel-Rahman de participar do planejamento dos atentados contra o World Trade Center, em 1993.

Com a morte de Sadat, eleições foram organizadas às pressas e o general Hosni Mubarak, vice-presidente da república no momento do atentado, saiu vitorioso das urnas. Militar de formação e herói da guerra de 1973 contra Israel, ele impôs ao país um regime autoritário, sustentado por um exército rico e poderoso. Em seguida, foi reeleito quatro vezes, em 1987, 1993, 1999 e 2005. A transparência de cada um desses pleitos, nos quais mais de 80% dos egípcios votaram, foi muito questionada pela comunidade internacional.

Ao longo das últimas três décadas, a presidência de Mubarak foi marcada pela falta de democracia, pela corrupção, pela brutalidade policial e, sobretudo, por um estado de exceção instaurado por Sadat em 1967 e nunca suspenso desde então. A medida permite a Mubarak censurar jornais de acordo com a sua vontade e prender por tempo indeterminado toda pessoa que “represente uma ameaça à ordem pública”. Além disso, organizações de direitos humanos denunciam que o governo mandou para a prisão, e, em alguns casos, torturou, a maior parte dos opositores do regime.

É por tudo isso que o povo egípcio tentou durante muitos dias, mas conseguiu depor o governo de Mubarak.

Fonte: Revista História Viva {edição 88 - Fevereiro 2011)

02 março 2011

REVISTA AFRO B

Gostaria de parabenizar o Museu Afro Brasil pelo novo empreendimento, a Revista Afro B, que visa estabelecer um diálogo com as comunidades de Pontos de Cultura espalhados pelo nosso país, segundo o Diretor e Curador do Museu Afro Brasil, Emanoel Araújo. Que essa ideia frutifique...

Acompanhem a edição de número 1 da revista, acessando o sítio da internet:

http://www.museuafrobrasil.org.br/conteudos/pgrevistas_show.asp?Rev_Codigo=2

04 fevereiro 2011

HISTÓRIA GERAL DA ÁFRICA

Publicada em oito volumes, a coleção História Geral da África está agora também disponível em português. A edição completa da coleção já foi publicada em árabe, inglês e francês; e sua versão condensada está editada em inglês, francês e em várias outras línguas, incluindo hausa, peul e swahili. Um dos projetos editoriais mais importantes da UNESCO nos últimos trinta anos, a coleção História Geral da África é um grande marco no processo de reconhecimento do patrimônio cultural da África, pois ela permite compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos e sua relação com outras civilizações a partir de uma visão panorâmica, diacrônica e objetiva, obtida de dentro do continente. A coleção foi produzida por mais de 350 especialistas das mais variadas áreas do conhecimento, sob a direção de um Comitê Científico Internacional formado por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos.

Download gratuito, é só copiar o link e colar na barra de endereço do navegador:

* Volume I: Metodologia e Pré-História da África (PDF, 8.8 Mb)
o ISBN: 978-85-7652-123-5
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190249POR.pdf

* Volume II: África Antiga (PDF, 11.5 Mb)
o ISBN: 978-85-7652-124-2
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190250POR.pdf

* Volume III: África do século VII ao XI (PDF, 9.6 Mb)
o ISBN: 978-85-7652-125-9
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190251POR.pdf

* Volume IV: África do século XII ao XVI (PDF, 9.3 Mb)
o ISBN: 978-85-7652-126-6
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190252POR.pdf

* Volume V: África do século XVI ao XVIII (PDF, 18.2 Mb)
o ISBN: 978-85-7652-127-3
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190253POR.pdf

* Volume VI: África do século XIX à década de 1880 (PDF, 10.3 Mb)
o ISBN: 978-85-7652-128-0
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190254POR.pdf

* Volume VII: África sob dominação colonial, 1880-1935 (9.6 Mb)
o ISBN: 978-85-7652-129-7
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190255POR.pdf

* Volume VIII: África desde 1935 (9.9 Mb)
o ISBN: 978-85-7652-130-3
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190256POR.pdf

Fonte: Luis Nassif Online [http://www.advivo.com.br/luisnassif]
iDcionário Aulete

A principal função da educação é seu caráter libertador.

Educar não é repassar informações, mas criar um patrimônio pessoal.